Época de grande cheia numa destas cidadezinhas a beira do Rio Tocantins. Chovia muito e a cidade (como sempre) quase que ficava abandonada. A maioria dos comerciantes estava endividada e viviam de empréstimos.
Foi quando o Clovis (grande amigo de infância) chegou à cidade como turista e pescador. O Clovão (é assim que o chamamos), sujeito com quase dois metros de altura com seus 130 quilos de peso, foi logo entrando no hotelzinho (único da cidade), colocou sobre o balcão da recepção cinco notas de cem reais e sem fazer perguntas subiu as escadas para escolher um dos quartos.
O dono (meio que sem jeito) olhou o seu novo hospede subindo e não teve tempo de fazer qualquer pergunta. Passou a mão no dinheiro e correu para pagar a divida na mercearia e no açougue.
Os donos da mercearia e do açougue pegaram o dinheiro e correram para pagar um fazendeiro criador de gado e outro que fornecia arroz, feijão e legumes.
Os fazendeiros mais que depressa correram para as “casas de luzes vermelhas da cidade” e pagaram as “meninas caridosas”, que por conta da crise, trabalharam no fiado.
As “meninas”, sem pestanejarem, correram diretas para o hotelzinho para pagar a locação dos quartos que alugaram para atenderem seus clientes.
Nesse momento, Clovão desceu as escadas após examinar minuciosamente todos os quartos disse que não gostou de nenhum e pediu o dinheiro de volta e entrou em seu 4x4 e saiu levantando barro.
MORAL DA HISTÓRIA:
A cidadezinha vive hoje com muita tranqüilidade e sem divida e estão otimistas aguardando o retorno do Clovão e outros turistas e pescadores.
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